Com os termómetros a bater nos 35, 36, 38 graus (ou mais) é normal começar a pensar nos impactos que este calor todo pode ter.
E se conduz um carro elétrico, essa preocupação faz ainda mais sentido. Será que perde autonomia? Será que a bateria se desgasta mais depressa? E o ar condicionado, vai comer metade da carga? Estas são dúvidas cada vez mais comuns entre quem já aderiu à mobilidade elétrica ou está a pensar fazê-lo.

Se tem um veículo elétrico ou está a pensar comprar um, convém saber que as baterias de iões de lítio (as mais comuns) não gostam de extremos. Nem de frio, nem de calor. Mas é precisamente nos dias escaldantes que se nota a diferença, e não é pequena: vários estudos mostram que, com temperaturas superiores a 35 °C, a autonomia pode cair entre 15% a 30%. Já a partir dos 32 °C, perde-se cerca de 5%, e aos 38 °C... estamos a falar de cortes de autonomia na ordem dos 31%.
O carro também acaba por gastar mais energia ao tentar manter o habitáculo fresco. E isso, claro, rouba energia à condução. Pior ainda? Se deixar o carro ao sol com a carga quase no fim, ele vai consumir bateria só para se manter a uma temperatura segura, mesmo que esteja parado.

Em dias muito quentes, o carro precisa de gastar mais energia para refrigerar o interior e manter a bateria à temperatura ideal. Resultado? A distância que consegue percorrer com uma carga diminui.
Embora os carros elétricos tenham sistemas de arrefecimento, o calor extremo pode aumentar o risco de sobreaquecimento, o que afeta a saúde da bateria a longo prazo.
O chamado "State of Health” (ou estado de saúde da bateria) tende a degradar-se mais depressa em climas quentes. Ou seja, a bateria perde capacidade ao longo do tempo… e mais rapidamente se não tiver cuidados.
Felizmente, há várias formas simples de manter a autonomia e prolongar a vida útil da bateria mesmo nos dias de calor intenso:
A boa notícia é que, apesar de tudo, as baterias modernas são cada vez mais resistentes. Num estudo da Geotab, que analisou mais de 6.000 veículos, foi demonstrado que a degradação média ronda os 2,3% por ano. Ou seja, a maioria das baterias dura mais do que o próprio carro.
E há mais motivos para otimismo: existem cada vez mais modelos a lidar bem com temperaturas elevadas. Por exemplo, o Audi e-tron, o BMW i4 e o Rivian R1S registaram perdas inferiores a 3% mesmo com temperaturas acima dos 37°C. Impressionante, certo?
Por isso, já sabe: com a tecnologia a evoluir e alguns cuidados no dia a dia, o calor deixa de ser um bicho-papão para quem conduz um elétrico.